Passaram-se muitos dias e Lígia perdeu-lhes a conta. Cravara as energias no trabalho e com afinco cumpria todas as tarefas como se fossem de vital importância para a sua sobrevivência e para evitar o desmoronamento emocional.
Nao compreendera muito bem as razões que o tinham levado a sair da vida dela mas não queria pensar nisso. Para ela qualquer que tivesse sido o motivo, era inválido e desprovido de senso.
Naquela tarde o telemóvel tocou. O toque que ecoou no gabinete era o que ele em tempos lhe enviara e que gravara com carinho. Era o toque dele. Não esperou, não pensou, não reflectiu: atendeu...
" - Lígia.."
" - Sim. Como vais?..."
" - Tenho saudades tuas..."
" - Volta. Espero por ti hoje à noite..."
E desligou.
Ficou ali parada a olhar na direcção da janela mas não via nada. Os olhos abertos, o sorriso aberto, duas lágrimas a escorrer pelo rosto e a dizer baixinho ..."meu amor, meu amor..."
06/03/2004
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