30/03/2004

Episódio IV do 2º Livro

Chovia muito. O céu estava cinzento escuro e o frio atravessava os casacos e penetrava nos corpos como espadas afiadas. As pessoas caminhavam encolhidas tentando combater e vencer o frio e a chuva que as engoliam.
Lígia ficou assim, à janela, a contemplar os transeuntes enquanto bebia o chocolate quente. No quarto a temperatura era boa e o ambiente acolhedor. Ele ainda dormia.
Lígia pousou a mão no peito dele e percorreu a partir dali todo o corpo com uma suavidade e ternura perfeitas. Lentamente ele foi acordando, o corpo e o espírito. Sentou-se na cama. Puxou-a para ele e beijou-a:
- Tão bom acordar assim...Em todos os teus gestos sinto paixão, no teu olhar leio a vontade de dar e receber carinho. Sou um homem de sorte!

E ficaram ali a falar e a fazer planos para o fim de semana...a contar novidades...a relembrar a infância de cada um.

A certa altura falaram de família e Lígia endireitou o corpo. A expressão alterou-se um pouco. Ele percebeu que era sério o que estava prestes a escutar.

- Gostava de te provar o meu amor. Ainda mais. Gostava de provar que te amo mas de uma forma concreta, viva e eterna. Gerar um filho teu seria a sublime prova do que sinto por ti.

Ele ficou em silêncio e Lígia quase jurava que os olhos dele se encheram de lágrimas.


(a partir da leitura do post de 29 de Março de 2004, da autoria de Konstantin Gravos - http://sexoverdade.blogspot.com)

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