Não precisou de ouvir muitas palavras. Não precisou de explicações inúteis. Bastou-lhe uma leitura atenta do olhar e das mãos dele que não conseguiam coordenar um movimento coerente.
O fim surgiu inesperadamente para Lígia. Desmoronaram-se os castelos que erguera durante meses. A vida fugia-lhe agora sem conseguir agarrá-la. Sentia a alma num turbilhão de lava e fogo. Queria morrer...
Ouviu a porta a bater e prostrou-se no chão, enrolada sobre o próprio corpo, num choro silencioso, dorido e sincero. Esteve ali muito tempo. Não sabia quanto. Ouviu-se dizer:
"...amo-te como nunca foste amado...da forma mais pura e desprendida que há memória...amo-te como uma louca que perdeu o sentido da razão...amo-te e nunca to soube dizer...assim..."
02/03/2004
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