15/02/2004

Episódio XXI (3ª e última parte) - Dia dos Namorados

Caía a noite. A lareira espalhava uma luz amarela e quente pelo salão. Optaram por ficar no chão em cima da carpete branca e felpuda enquanto degustavam as iguarias deliciosas que ele havia escolhido para a ceia de ambos. Comiam devagar. Como um ritual antes do sexo que ambos desejavam e sabiam.Viraram-se um para outro para brindar com o champagne e comeram-se com os olhos. Ele viu-a como tinha pedido: mais doce, mais bonita e mais sensual que nunca. Inclinou-se para ela e sussurrou-lhe ao ouvido:
"- quero comer-te..."
Ela ouviu a voz dele como sempre acontecia:uma voz que se tornava física, com corpo, provocatória e excitante. Sentiu uma onda de calor e frio. Ele sorriu, um sorriso inquieto e desconcertante, enquanto levava as costas da mão ao peito dela que, através da blusa, deixava transparecer a dureza dos mamilos. E foi com o mesmo sorriso que lha tirou e em simultâneo subiu com a língua do umbigo até ao pescoço.
Ela abandonou-se e deitou o corpo na carpete. Ele ficou sentado a observá-la, a beber o champagne, guloso, a controlar a vontade doida que o assaltava, numa tentativa conseguida de torturar a espera a que os obrigava deliberadamente. Naquelas alturas via-a com uma luz diferente, envolta numa aura de claridade e sensualidade indescritíveis.
Pegou num cubo de gelo e percorreu com ele os pontos que sabia mais delicados e sensíveis. Demorou-se no peito, deixou escorrer umas gotas de água que depois lambeu e substituiu até ao ponto de ser apenas a saliva dele que a humedecia. Enquanto isto, ela pegou-lhe numa mão e beijou-a...dedo a dedo....trincando ao de leve cada um. Escolheu o polegar e fechou sobre ele a boca, sugando devagar, e lambendo a espaços a ponta do dedo.
Ele pensou que ia explodir com tanto desejo. Inclinou-se sobre o corpo dela com a intenção de a penetrar naquele instante mas ela fez-lhe um sinal negativo com a cabeça. Sem perceber o que se passava, viu-a soerguer o corpo à frente dele e virar-se de costas, apoiada nos joelhos e nas palmas das mãos.
Foi a sentir-se completamente delirante que descansou, enfim..ainda com os ecos dos gemidos profundos e levemente dolorosos que havia provocado em Lígia.

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