Estavam ambos na sala. A televisão debitava notícias.Naquela noite ela havia cozinhado e agora bebiam o café calmamente como se fossem marido e mulher, embrenhados numa conversa banal e sem importância.
De súbito, ele pousou a chávena na mesinha e olhou minunciosamente para ela. Era tão embaraçoso aquele olhar e ao mesmo tempo tão excitante...Pediu-lhe que pousasse também ela a chávena e que se sentasse mais confortavelmente no sofá pequeno. Como sempre, Lígia fez o que ele pediu, sem protestar. Deixou cair o corpo reclinando-se.
Ele começou a falar devagar, com muitas pausas e muitas reticências usando um tom grave e convincente:
- Despe-te...sem olhares para o teu corpo...uma peça de cada vez....
- Fixa os meus olhos e a minha voz...não vejas nem ouças mais nada. Neste momento o mundo é aqui, nesta sala, eu e tu...
- Gosto do teu corpo, dos teus gestos tímidos, da tua insegurança...
- Acaricia-te...admira-te...excita-te...
Ela cumpria escrupulosamente as indicações dele. Sem protestos. Com prazer. Com um sorriso de lúxuria. Sentia-se viva, quente, o sexo húmido que pedia mais.
- Não te masturbes. Quero apenas que fiques nesse limbo...de querer mais...de desejar tudo...louca de vontade...Quero sonhar-te assim...
20/01/2004
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